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terça-feira, 5 de março de 2013

Extras #3

Skyfall e os cinquenta anos de 007

Texto escrito com a colaboração de Jonathan Vincent

“Meu nome é Bond, James Bond”. O agente secreto mais famoso da história da literatura, e posteriormente do cinema, ganha vida mais uma vez nas telonas através da mais recente produção de sua franquia, 007 – Operação Skyfall, que completou 50 anos em 2012. Com Daniel Craig pela terceira vez como James Bond, sendo o 6º ator a interpretar o papel do agente com licença para matar, o filme alcança seu 23º título e teve a data de estreia no Cine Roxy Gonzaga no dia 26 de outubro. 

O longa traz nomes de peso nas atuações como o espanhol Javier Bardem(Biutiful, Onde os Fracos Não Tem Vez) na pele de Raoul Silva, entrando para o hall dos memoráveis vilões da série. Ralph Fiennes (Dragão Vermelho, O Jardineiro Fiel), que em entrevista ao jornal Daily Record disse ser muito fã do espião britânico criado pelo escritor Ian Fleming, aparece como um agente do governo. Voltando a viver a personagem MJudi Dench (Iris), também marca sua presença no elenco. A famosa entrada dos créditos iniciais, junto à música-tema, que tanto marcou os filmes e viabilizou indicações ao Oscar, desta vez foi feita pela cantora britânica, Adele que, com sua bela voz, interpreta o título com o mesmo nome do filme, Skyfall. 

A primeira vez em que o agente 007 apareceu em uma sessão de cinema foi em 1962, em Londres, com a produção sob o título 007 Contra o Satânico Dr. No de  Harry Saltzman e Albert Broccoli que, inicialmente os detentores dos direitos cinematográficos de quase toda a obra de Ian Fleming e donos da produtora EON (Everything or Nothing). Hoje a produtora é dirigida pela filha e pelo enteado de Broccoli. Bond também apareceu em quadrinhos, videojogos, e se tornou alvo de muitas paródias em filmes como Austin Powers – O Agente “Bond” Cama, de Mike Myers.

A franquia teve origem nos livros de bolso com o romance Casino Royale, que se tornaram populares entre os britânicos na década de 50. Logo, entre outros países de língua inglesa. Já nos anos 60, a franquia entrou para a história do cinema. Pegando o embalo do Beatlesmania, nasce a série de filmes mais frutuosa e explorável da história do cinema. Instala-se também o chamado Bondmania. Com falas inesquecíveis, o charme Real, as belas mulheres, objetivos de última geração, tudo cooperando para a imaginação fértil do público daquele tempo.

O ator escocês Sean Connery foi o primeiro a interpretar o atraente agente número 7 da agência do serviço de inteligência britânica a serviço da Rainha, MI6.  Connery marcou uma geração e estabeleceu o jeito Bond de ser: mulherengo, esperto, galã e refinadíssimo no seu estilo de clássico "Playboy". Os filmes em que o ator estrelou exigiam mais presença do que qualquer outra coisa já que eles viriam a ser o exemplo a ser seguido pelos sucessores do papel do agente. 

Logo após, o ator australiano George Lazenby, com apenas um filme no currículo, não teve nem tempo de criar um estilo próprio. O que tenta fazer é emular a todo custo a pose de seu antecessor. O resultado é um Bond sem sal e sem uma personalidade marcante. E tudo isso logo em "A Serviço Secreto de Sua Majestade", o capítulo que exigia um ator com mais postura e melhor atuação. 

Roger Moore, que muitos reclamam que é o mais canastrão de todos, inegavelmente tinha o seu carisma. Seu Bond é mais leve na pose e ostenta uma personalidade mais simpática do que seus antecessores. A identificação com o personagem foi tão bem feita que, até hoje, o ator ostenta o recorde de ter protagonizado mais vezes como o agente da MI-6. Foram 7 filmes no total. O que atrapalhou Roger Moore em sua passagem foi que, nos últimos filmes, ele já estava velho demais para o personagem (principalmente em "007 - Na Mira dos Assassinos"). Isso afetou de forma negativa na atuação apresentando um Bond por muitas vezes insosso e descaracterizado.

Timothy Dalton embarcou na onda dos filmes de ação da época como Duro de Matar e Máquina Mortífera, foi a hora de James Bond se reinventar para se manter relevante. E Dalton era o que se encaixava melhor nesse perfil. Tanto"007 - Marcado Para Morrer" quanto "007 - Permissão para Matar" deixaram um pouco do glamour do personagem de lado e partiram para um estilo de cinema mais apelativo, mesmo com diversas sequências de ação intensas. O segundo, aliás, é um dos filmes mais subestimados da série e a trama baseada na vingança pessoal do agente eleva o nível de violência a um ponto nunca antes visto na saga. Talvez Timothy Dalton deixasse mais saudades se o seu sucessor não tivesse se encaixado tão maravilhosamente bem no papel.  

Pierce Brosnan, tinha a classe de Connery, o que faltava de atuação para oLazenby, o carisma de Moore e a frieza de DaltonPierce Brosnan foi o James Bond perfeito. Unindo as melhores características de cada um de seus antecessores, o ator irlandês conseguiu ao mesmo tempo atrelar uma personalidade própria ao personagem. É de se admirar que logo nos anos 90 onde diversos heróis começaram a pintar nas mais diversas mídias, a franquia 007 ficou ainda mais reconhecida e conquistou ainda mais fãs por todo o mundo. E isso muito se deve a competência do ator. O que faltou a Brosnan foi um filme que exigisse maior carga como emocional como "007 - A Serviço de Sua Majestade" e "007 - Permissão para Matar". Em "007 - O Mundo Não é o Bastante" isso fica latente visto o romance conturbado entre Bond e Elektra onde o ator cumpre bem o seu papel apesar das limitações do enredo. Brosnanseria perfeito para uma trama baseada em algum trauma ou algum fato forte na vida do personagem. Pena que o medo de ele ser um novo Roger Moore e ficar muito velho para o papel fez com os executivos responsáveis pela franquia o dispensassem cedo demais, segundo a maioria dos fãs.

Enfim, agora nas mãos de Daniel Craig, é visível a notoriedade que o ator ganhou perante a crítica desde a sua estreia como Bond, em Casino Royale. A franquia caminha a todo o vapor para mais um filme de sucesso para a história de espionagem do cinema.

(* Texto originalmente publicado na coluna CineArt do portal Boqnews)


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Pipocafé #5

O Lado Bom da Vida


Os filmes classificados indiretamente como “comédia-romântica” feitos nos últimos anos, têm apresentado ao público fórmulas genéricas e cheias de clichês, em alguns casos, é claro, não deixando de ser engraçado. Mas, estava faltando algo de novo, algo que superasse as expectativas do público e resultasse em um enredo fora dos padrões do gênero, mas que permitisse o espectador sentir que se trataria de um filme onde o amor juntaria duas pessoas e mudaria suas vidas. E foi através da direção do cineasta David O. Russell que “O Lado Bom da Vida” atendeu a esse déficit de criatividade, sendo indicado a oito categorias na cerimônia do Oscar 2013, que acontecerá no próximo dia 24/02.

Muitos já devem ter lido alguma matéria sobre o filme e, por algum acaso, ficou sabendo que Russell fez o filme com total dedicação ao filho, que sofre de algum problema mental – se for o mesmo problema do personagem principal do filme, ele apresenta algum tipo de distúrbio bipolar crônico – e queria mostrar-lhe que a vida pode ser muito boa, mesmo com os problemas particulares de cada um.  Neste caso, a inspiração e o talento do cineasta me fizeram mergulhar de cabeça e de ter a sensação de acompanhar de perto o cotidiano dos dois personagens principais, seus problemas pessoais e a penosa esperança de quem acompanha algum sinal de progresso.

Dizem que tudo na vida existem dois lados. E, no filme, é engraçado observar que, não só o problema de saúde é encarado como algo fora do comum, mas também os vícios pessoais que cada pessoa pode cultivar durante o seu ciclo terrestre. Exemplo disto é a superstição doentia do pai perante os jogos de futebol e suas arriscadas apostas – isto fica claro em uma das cenas, onde a câmera se move lentamente e destaca os objetos espalhados pela sala - e o amigo que promove uma falsa propaganda de casamento feliz diante da sociedade. Isto nos mostra que: todos nós somos passíveis de apresentar nossos momentos de bipolaridade. Seja na companhia de alguém ou sozinho. A diferença sempre se encontra no grau que isso apresentará nas suas ações.

A ideia de juntar um cara que, a qualquer momento, desconexo com a realidade, pode formular alguma intriga dentro de sua cabeça e se encontrar engolido por um turbilhão de pensamentos que geram certo tipo de agressividade com uma garota que, recentemente perdeu o marido e que apresenta sinais perceptíveis de depressão, é a mesma coisa de estar preparando um coquetel molotov. Ou melhor, uma bomba sem relógio, pronta para explodir a qualquer momento. Talvez, esta seja a parte mais legal da história, observar onde vai dar o nascimento de um novo relacionamento, uma amizade, entre tantos outros problemas sentimentais, é algo gostoso de ver no filme. Escapamos de cenas previsíveis e de todo um romantismo desnecessário durante os primeiros atos – não existe se quer um beijo até o clímax do filme. O que vemos é um cortejo que flui humanamente, mas que antes de tudo preserva a amizade e a consideração de apoio entre os dois. 

As atuações são ótimas. Destaque, antes de tudo, para Robert De Niro, que fazia tempo não representava tão bem nas telonas. Um ator classe A que abandona suas caras e bocas e vive um pai nervoso, que aposta em jogos de futebol. Fiquei muito feliz em vê-lo trabalhando desta forma. O segundo lugar vai para Bradley Cooper, que de forma surpreende mostrou sua competência para atuar no papel principal. Eu nunca ia imaginar que aquele beberrão de “Se beber, não case” ia se sair tão bem. Cheguei à conclusão de que certos papeis pode funcionar como uma sombra prejudicial ao trabalho de atores. A escolha de papeis é de extrema importância na carreira de qualquer profissional deste ramo – Daniel Day-Lewis que o diga. Jennifer Lawrence definitivamente mostra que tem talento para o ofício e abre uma porta promissora para a sua carreira profissional – a cena da pequena lanchonete é de arrepiar. Chris Tucker aparece novamente como o engraçadinho da turma. Não que precisaríamos dele para rir com o filme, que é repleto de cenas hilárias e dramáticas, mas, como ele não aparece com tanta frequência, fica aceitável vê-lo uma vez ou outra, se forçar muito.

A vida talvez tenha muito mais para oferecer do que nós podemos imaginar. Ainda há tanto mistério e coisas que não conseguimos explicar diante das questões impostas durante nossa passagem pelo mundo que, às vezes, ficamos perdidos. Para todo caso, acredito que o amor seja a resposta para muitas dúvidas. E quando digo amor, entenda que é geral. Amor pela família, amigos e pelo próximo.  Cientificamente o amor não cura doenças, mas as torna suportáveis. Por isso, encontre e desenvolva o seu lado bom da vida.

Ficha Técnica

Título: O Lado Bom da Vida
(Silver Linings Playbook, 2012)
Diretor: David O. Russell
Roteiro: David O. Russell
Elenco:Bradley Cooper; Jennifer Lawrence; Robert De Niro;
Jacki Weaver; Chris Tucker; Julia Stiles;
Adaptação do livro do autor Matthew Quick.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Extras #2

Deus da Carnificina

O sangue camuflado com cordialidade

Dirigido pelo cineasta franco-polonês, Roman Polanski, Deus da Carnificina (Carnage) é uma adaptação da peça homônima da francesa Yasmina Reza, que já foi encenada no Brasil, em 2011, ano em que o filme teve sua exibição aqui no país através da 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.  A francesa é coroteirista do filme e se junta a Polanski e ao time de notáveis atores Kate Winslet, Jodie Foster, John C. Reilly e Christoph Waltz – três já foram premiados com o Oscar - que transforma uma situação, para muitos, simples, cotidiana e banal, em uma zona de tensão estabelecida dentro de um apartamento em Nova York.

Tudo começa em uma cena externa, em um parque onde garotos brincam. Ao começarem a se aproximar da câmera – o diretor quer deixar explícito o estopim do efeito – um dos garotos atinge o outro com um pedaço de pau, arrancando-lhe dois dentes. Depois disso, o “palco” está preparado para os pais dos dois garotos tentarem uma reconciliação e minimizar os efeitos de discórdia pendentes entre eles.

Uma curiosidade: a cena externa, em Nova York, foi filmada por um dos  assistentes do diretor. Roman Polanski está proibido de pisar em solo americano desde o escândalo que causou sua condenação a mais de 30 anos. Ele foi acusado de ter estuprado uma jovem menor de idade no país. Cumprindo prisão domiciliar, ele escreveu o roteiro do filme. Acredita-se que a ideia de um longa em formato claustrofóbico, fechado por paredes, tenha existência nos sete meses de confinamento em seu chalé, na Suécia.

A primeira lembrança que me ocorreu ao começar assistir ao mais recente filme de Polanski foi o filme Rope (Festim Diabólico, 1948), de Alfred Hitchcock, que também foi adaptado de uma produção teatral escrita por Patrick Hamilton e que, igualmente, se passa dentro apenas de um ambiente. Se em Festim Diabólico Hitchcock consegue estabelecer o suspense autoral e absoluto que tanto lhe deu – de maneira tardia – prestígio como um dos grandes diretores até hoje, Polanski, de forma profissional e criativa crava o drama em Deus da Carnificina.

Escalando atores competentes para dar vida às personagens complexas e que sutilmente devem ir tomando formas através de comportamentos, expressões e diálogos, a história comporta uma sequência estabelecida, mas que vai levando o espectador a adentrar aos poucos naquela discussão que apresenta seu lado cômico e trágico, embasado na falha da comunicação humana. Uma lacuna que é representada no filme pelos falsos sentimentos e expectativas diante do próximo e das crenças e desejos individuais.

A oscilação de humor entre os casais é como percebemos que ninguém está satisfeito e à vontade com o quê ali estava sendo proposto. O personagem Alan, interpretado pelo excelente ator Christoph Waltz, em uma das cenas chega a dizer: “não tenho utilidade aqui.” Também são colocados em jogo os aspectos morais e financeiros como forma de agressão e tentativa de imposição de culpa entre eles. A cultura de cada um interfere em uma tentativa saudável de resolver o problema de cordialidade com o próximo.

É engraçado e fantástico como os papéis, em parte, vão se invertendo. No começo, é servido aos convidados bolo de pera e maçã seguido de xícaras e mais xícaras de café, representando uma forma de acalmar os nervos encobertos pela falsa educação. Apenas para evitar brigas, não por desejo próprio. O casal residente senta-se em poltronas de costas para a janela. O pai e a mãe do garoto agredido, uma figura de “julgadores”. O outro casal, os pais do agressor, está em um sofá, isto é, no banco dos réus. No segundo ato do filme, entre acusações, ofensas e desabafos, tudo se torna uma terapia compartilhada. Os acusadores agora são acusados, sentando no lugar em que os outros estavam. O café e o bolo, naquela altura do campeonato, saíram de cena para dar lugar a um uísque 18 anos.

Não tive a oportunidade de ver a peça teatral, mas digo que o filme consegue comportar o peso que é formular uma técnica para conseguir prender o público através de gestos e diálogos, sem que isso se torne entediante e redundante. Roman Polanski realmente é um grande diretor e merece o reconhecimento pelo trabalho feito para transpor Deus da Carnificina para a tela dos cinemas.   

Ficha Técnica

Deus da Carnificina (Carnage, 2011)
Gênero: Drama/Comédia
Diretor: Roman Polanski
Roteiro: Yasmina Reza e Roman Polanski
Elenco: Jodie Foster, Kate Winslet, John C. Reilly,
Christoph Waltz.

(Texto originalmente escrito e publicado para a coluna CineArt, do jornal Boqnews)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pipocafé #2


Sete Psicopatas e um Shih Tzu

Violência, humor...ação!

Hollywood...” é o que se lê no famoso letreiro que fica no que representa o Parque Griffith, em Los Angeles, logo na primeira cena em Sete Psicopatas e um Shih Tzu. Na sequência, um debate sobre violência, entre dois assassinos da máfia italiana, - com pitadas de características do clássico O Poderoso Chefão – envolvente, daqueles que tomam cenas em filmes de Quentin Tarantino, tiram a atenção do espectador para a introdução da peça chave em um emaranhado de conflitos que envolvem alcoolismo, um roteiro de cinema, ladrões de cachorros e claro, psicopatas: o assassino em série Valete de Ouros.

Usar um personagem alcoólatra para designar sua atividade como roteirista em um momento de escassez criativa é um dos tons que levam o longa a ser considerado – em parte – do gênero comédia. Há também a situação que, por si só, é cômica o bastante para que, aqui no Brasil, levasse a distribuidora traduzir o título Seven Psychopath com o complemento “...e um Shuh Tzu”: a corrida desesperada de um mafioso, o sociopata Charles Costello, e sua gangue, que vai atrás de seu querido cãozinho de origem chinesa sequestrado.

Entre fatos e versões, o roteirista Marty (Colin Farrell) procura analisar e apresentar um enredo onde sete psicopatas compõem uma história original, digna de quebrar os clichês pragmáticos de tantas outras histórias apresentadas no cinema americano, onde, armas, tiros, sangue, explosões e decapitações são os maiores atrativos para uma boa bilheteria semanal. Fictícios e, posteriormente, reais, personagens e situações vão tomando forma e, quase que intencionalmente, o tão sonhado roteiro vai se escrevendo diante dos olhos do escritor bêbado.

A produção procura apresentar exatamente a ideia que se passa na cabeça de Marty: o outro lado de um psicopata. O lado humano? Talvez. É difícil considerá-los extraterrestres, já que partilham conosco o mesmo habitat. O diálogo, neste caso, torna-se um grande divã entre os desejos pessoais de cada um dos envolvidos. O sequestro do cachorro é o estopim para que o espetáculo seja montado e segredos comecem a ser revelados na trama junto aos conflitos emocionais existentes em cada um dos personagens.

Em uma sequência de cenas é até divertido ver, através do relato de um serial killer mais velho, junto de sua antiga amada (outra assassina), a caça a outros assassinos em série famosos, como o Zodíaco e o Assassino do Luar, ambos, até hoje, com suas identidades desconhecidas perante as autoridades.

O time de atores escalados para dar vida ao filme não fica nada para trás. Claro, cada um com seus altos e baixos, mas nada que interfira negativamente na carreira profissional. Um deles, Sam Rockwell – quem não se lembra dele em A Espera de um Milagre? – ator perfeito para interpretar um psicopata ao lado de outro excelente ator, Woody Harrelson, que já provou um pouco de tudo, até caçador de zumbis em Zumbilândia. Um pouco mais cotado para produções, o ator Colin Farrell aparece muito mais carismático e com êxito do que no recente reboot O Vingador do Futuro. Uma pena foi ver a atriz Gabourey Sidibe praticamente encarnando novamente a personagem Preciosa, com suas falas embaladas em choros e sentimento penoso. O engraçado, é que o nome – Charice - da personagem neste filme apresenta o mesmo tom fônico do nome Clarice (Precious Jones) de Preciosa. Por último, e não por uma ordem de preferência ou importância, ele, o lendário Christopher Walken, com seu jeito sereno e enigmático interpreta um importante personagem no filme.

Fazendo uma mistura de suspense, drama e comédia, o filme, mesmo perdendo um pouco do seu fôlego lá para o terceiro ato, mantém uma linha interessante sobre o desfecho do conflito, instigando o espectador a ficar até o último instante ligado na trama.

Fazendo menção ao tema “serial killer”e “psicopatas”, acredito que os seguintes filmes (de diferentes gêneros) possam complementar o acervo fílmico do leitor. São eles:

- Zodíaco
- Seven: os sete crimes capitais
-Onde os fracos não tem vez

Ficha técnica

Sete Psicopatas e um Shih Tzu
(Seven Psychopaths, 2012)
Direção: Martin McDonagh
Roteiro: Martin McDonagh
Elenco: Colin Farrell, Sam Rockwell, Christopher Walken, Woody Harrelson, Abboe Cornish, Olga Kurylenko, Brendan Sexton III, Gabourey Sidibe, Helena Mattsson, Jamie Noel, Joseph Lyle Taylor.